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SEQUÊNCIAS OFIOLÍTICAS INTERNAS DA ZONA DE OSSA-MORENA: Implicações geotectónicas na evolução do ramo SW da Cadeia Varisca Ibérica.
Quarta-feira, 26 Janeiro 2005por  Este endereço de e-mail está protegido de spam bots, pelo que necessita do Javascript activado para o visualizar Hits : 2553

SEQUÊNCIAS OFIOLÍTICAS INTERNAS DA ZONA DE OSSA-MORENA: Implicações geotectónicas na evolução do ramo SW da Cadeia Varisca Ibérica.

Jorge Pedro

(Dpt. Geociências – Universidade de Évora)

Palavras chave: Ofiolitos, Zona de Ossa-Morena, N-MORB, E-MORB, magmatismo anorogénico vs. orogénico, bacias oceânicas, Cadeia Varisca Ibérica.

 

RESUMO

Novos dados de natureza geológica e geoquímica permitiram identificar e caracterizar cinco fragmentos de crusta oceânica alóctones, próximos do limite SW da Zona de Ossa-Morena (Domínio de Évora-Beja), numa posição interna relativamente ao Complexo Ofiolítico de Beja-Acebuches. Estes fragmentos correspondem às Sequências Ofiolítica Internas, as quais ocorrem sob a forma de imbricações tectónicas ou “klippes”, no interior de uma “mélange” tectónica (Complexo Filonítico de Moura). As Sequências Ofiolíticas Internas apresentam-se, regra geral, incompletas e desmembradas, por acção da deformação e recristalização metamórfica, mas no seu conjunto definem uma “pseudoestratigrafia” semelhante à adoptada para a crusta oceânica e para os ofiolitoslherzolíticos (“Lherzolitic Ophiolite Type”).

Os dados geoquímicos das Sequências Ofiolítica Internas revelam um quimismo toleítico heterogéneo, transicional entre dois membros finais, tipo N-MORB e E-MORB, resultante de heterogeneidades ao nível da fonte mantélica. As assinaturas geoquímicas mostram, de forma inequívoca, que os protólitos ígneos das Sequências Ofiolítica Internas formaram-se num ambiente tectonomagmático anorogénico, ou seja, numa bacia oceânica, tipo oceano “aberto”, sem qualquer influência orogénica resultante de mecanismos de subducção.

As características geoquímicas e a natureza dos protólitos das Sequências Ofiolítica Internas contrastam, nitidamente, com o estabelecido para o Complexo Ofiolítico de Beja-Acebuches, onde são referidas assinaturas geoquímicas orogénicas, semelhantes às identificadas nas bacias “back-arc”. Os novos dados suportam o envolvimento de duas bacias oceânicas (oceano “aberto” eback-arc”) durante a evolução geodinâmica do ramo SW da Cadeia Varisca Ibérica. bacia “

A caracterização das Sequências Ofiolítica Internas e o significado geotectónico dos seus protólitos vêm acrescentar novos dados à evolução geodinâmica da Zona de Ossa-Morena e colmatar a ausência, até à data, de magmatismo oceânico anorogénico no registo desta zona tectonoestratigráfica, complementando assim, em termos magmatogénicos, o Ciclo de Wilson no ramo SW do Maciço Ibérico durante a Orogenia Varisca.

 

Local CLV Anf. 1 14h30


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